São Paulo completou 461 anos no último domingo (25/01). Nasci, sempre vivi aqui e gosto
de sair por aí desvendando e reconhecendo os seus cantos e avenidas, a sua gastronomia, os seus parques.
Andar pelo Centro e me deparar com suas construções antigas,
com o Teatro Municipal, com a Catedral da Sé (onde sempre entro e admiro a arquitetura quando passo por lá, como hoje), com as ruas sem carros, a 25 de março, o Mercadão, o Viaduto
do Chá, a Galeria do Rock ou caminhar pela minha avenida preferida - a Paulista
- ou pelo Ibira.
Catedral da Sé |
Poder desfrutar dos shows internacionais frequentes, das
exposições, da Virada Cultural, enfim, de toda cultura que pulsa aqui; das
diversas culinárias estrangeiras e nacionais, do pastel de feira, das
maravilhosas pizzas, dos cafés, seja quente ou frio, com ou sem chantilly e o
que mais puder e quiser.
Descer e subir avenidas grafitadas. Arte de rua deveria ser
obrigatória em capitais como São Paulo! Expressão urbana gratuita para ser
vista de vários ângulos, em diversos muros e viadutos, deixando a selva de
pedra um tanto bela. Basta olhar ao redor!
Grafiti de Daniel Melim em prédio na Avenida Prestes Maia, ao lado da Estação da Luz |
Só que, às vezes, é ingrata com aqueles que ajudaram a construí-la, como pude ver em tempos de eleição e com ecos até agora, ou destrata imigrantes africanos, bolivianos, ou se acha superior àqueles que vivem nos cantos da cidade, porque não falam, não agem e não pensam como o paulistano acha que deve ser, logo, não se encaixam em alguns "padrões". Talvez seja algo comum a quase toda cidade grande com
milhões de pessoas lutando e sobrevivendo por moradia, trabalho, diversão? Nessa
hora confesso concordar com o rapper paulistano Criolo. Mas será mesmo que não
existe amor em SP? Quero acreditar que existe sim!
Ou então como canta o baiano Tom Zé: “São oito milhões (agora são 11 milhões) de habitantes/De todo
canto em ação/Que se agridem cortesmente/Morrendo
a todo vapor/E amando com todo ódio/Se odeiam com todo amor (...)".
A pluralidade e a diversidade de SP são fatores que a
enriquecem e acredito que temos de aproveitar e partilhar o que há de melhor aqui, indistintamente, integrando os migrantes e os imigrantes, todas as diferenças e preferências, como também reconhecermos quando não estamos com a bola toda, como atualmente. Menos “Non Ducor Duco”, principalmente quando
o verbo fica apenas na frase. Ou terei de reconhecer que estamos todos desvairados como a
Pauliceia.
Esse texto doce amargo reflete o meu
amor por SP, pois aprendi que devemos criticar, quando preciso, até mesmo o que
mais amamos. De presente, que SP ganhe mais verde, mais dias frios, mais
cultura, mais água, mais amor. Tudo isso e mais um pouco, por favor!
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