O segundo turno das eleições de 2014 foi realizado há mais de uma semana. Como falei no post anterior, as manifestações de ódio contra os nordestinos haviam sido feitas no primeiro turno, mas com a reeleição da presidente Dilma Roussef no último dia 26 de outubro, a hipocrisia e o preconceito velado contra os nordestinos foi escancarado nas redes sociais.
Discursos de ódio são inteiramente diferentes de liberdade de expressão e mesmo que a discriminação contra pessoas de procedência nacional seja crime, não foram fatores capazes de impedir a fúria dos ignorantes e preconceituosos.
Ainda estou digerindo muito do que li, principalmente no Facebook, pois não são muitos "amigos" do Facebook que estão no meu Twitter.
Quero deixar claro que o meu repúdio à qualquer manifestação contra nordestinos e povos em geral, bem como em relação a negros, homossexuais e demais que sofrem preconceito, independe de ser um ou ter parentes ou amigos que sejam.
Voltando às eleições. Não sei também se a indignação pode ser maior ou menor quando o ofensor não é "só mais um" na sua conta do Facebook, mas alguém que cresceu ou trabalhou com você, comigo e já demonstrou compaixão e respeito às mais variadas pessoas, além de você ter presenciado atos de indignação desses ofensores em outras ocasiões.
No meu caso, a indignação foi ainda maior com pessoas em que eu acreditava "conhecer melhor", seja pelo convívio maior no trabalho, ou por parentesco, ou amizade e até tinha certa admiração, que acabou pelo fato de ter lido coisas absurdas, seja deslegitimando o voto do nordestino ou pedindo a separação do Brasil.
Uma amiga nordestina, que vive em São Paulo há anos, disse preferir acreditar que foi um surto coletivo, mas não creio nisso. Para mim, atitudes como as que presenciamos nas rede sociais depois do resultado das eleições, mostraram o pior de cada um ao destilar ignorância e preconceito enrustido e velado contra um povo, o próprio povo, que construiu o chão que os habitantes de São Paulo pisam, como escreveu outra amiga.
Sei que ainda não esqueço o que ouço e o que vejo, tampouco coloco panos quentes (mesmo que na hora fique em choque e calada e não tenha respondido certos posts, alguns retirados quando voltei à página, mas coloquei a minha posição em relação ao assunto em outros e na minha "linha do tempo" do Facebook) principalmente sobre o que me desagrada e o que me revolta e jamais passarão atos discriminatórios contra qualquer povo ou raça diante dos meus olhos. E espero que a justiça seja feita, assim como ocorreu com a estudante de Direito que teve o mesmo comportamento nas eleições de 2010, que não ficou impune ao propagar seu ódio contra os nordestinos, tendo sido processada e julgada pelo crime cometido.
Só espero que esses mais "informados", que votaram consciente, que queriam a mudança e o término da corrupção - como se antes fôssemos a Suécia - e clamaram pela separação do Brasil, não encham as redes sociais com as paisagens acachapantes do Nordeste no Ano Novo que está chegando, ou no Carnaval que não está tão longe, pois apenas irão confirmar a hipocrisia e o pior que carregam dentro de si.
E ocorreu em São Paulo, no último final de semana, uma manifestação que pedia o impeachment da presidente e foram levantados alguns cartazes pedindo intervenção militar. Não vou tecer comentários a respeito e quero acreditar que qualquer resquício de desejo pela volta de um período nefasto em nosso país, tenha ido para o lixo no mesmo sábado, assim como deve ter sido o destino desses cartazes.
Para terminar o texto, segue um vídeo maravilhoso compartilhado inúmeras vezes nas redes sociais. Reflitam bem sobre a clamada divisão do Brasil e a independência do Nordeste!
Discursos de ódio são inteiramente diferentes de liberdade de expressão e mesmo que a discriminação contra pessoas de procedência nacional seja crime, não foram fatores capazes de impedir a fúria dos ignorantes e preconceituosos.
Ainda estou digerindo muito do que li, principalmente no Facebook, pois não são muitos "amigos" do Facebook que estão no meu Twitter.
Quero deixar claro que o meu repúdio à qualquer manifestação contra nordestinos e povos em geral, bem como em relação a negros, homossexuais e demais que sofrem preconceito, independe de ser um ou ter parentes ou amigos que sejam.
Voltando às eleições. Não sei também se a indignação pode ser maior ou menor quando o ofensor não é "só mais um" na sua conta do Facebook, mas alguém que cresceu ou trabalhou com você, comigo e já demonstrou compaixão e respeito às mais variadas pessoas, além de você ter presenciado atos de indignação desses ofensores em outras ocasiões.
No meu caso, a indignação foi ainda maior com pessoas em que eu acreditava "conhecer melhor", seja pelo convívio maior no trabalho, ou por parentesco, ou amizade e até tinha certa admiração, que acabou pelo fato de ter lido coisas absurdas, seja deslegitimando o voto do nordestino ou pedindo a separação do Brasil.
Uma amiga nordestina, que vive em São Paulo há anos, disse preferir acreditar que foi um surto coletivo, mas não creio nisso. Para mim, atitudes como as que presenciamos nas rede sociais depois do resultado das eleições, mostraram o pior de cada um ao destilar ignorância e preconceito enrustido e velado contra um povo, o próprio povo, que construiu o chão que os habitantes de São Paulo pisam, como escreveu outra amiga.
Sei que ainda não esqueço o que ouço e o que vejo, tampouco coloco panos quentes (mesmo que na hora fique em choque e calada e não tenha respondido certos posts, alguns retirados quando voltei à página, mas coloquei a minha posição em relação ao assunto em outros e na minha "linha do tempo" do Facebook) principalmente sobre o que me desagrada e o que me revolta e jamais passarão atos discriminatórios contra qualquer povo ou raça diante dos meus olhos. E espero que a justiça seja feita, assim como ocorreu com a estudante de Direito que teve o mesmo comportamento nas eleições de 2010, que não ficou impune ao propagar seu ódio contra os nordestinos, tendo sido processada e julgada pelo crime cometido.
Só espero que esses mais "informados", que votaram consciente, que queriam a mudança e o término da corrupção - como se antes fôssemos a Suécia - e clamaram pela separação do Brasil, não encham as redes sociais com as paisagens acachapantes do Nordeste no Ano Novo que está chegando, ou no Carnaval que não está tão longe, pois apenas irão confirmar a hipocrisia e o pior que carregam dentro de si.
E ocorreu em São Paulo, no último final de semana, uma manifestação que pedia o impeachment da presidente e foram levantados alguns cartazes pedindo intervenção militar. Não vou tecer comentários a respeito e quero acreditar que qualquer resquício de desejo pela volta de um período nefasto em nosso país, tenha ido para o lixo no mesmo sábado, assim como deve ter sido o destino desses cartazes.
Para terminar o texto, segue um vídeo maravilhoso compartilhado inúmeras vezes nas redes sociais. Reflitam bem sobre a clamada divisão do Brasil e a independência do Nordeste!
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