Chegando em Londres
Eram quase três horas da
tarde do dia 15.05.2013 quando o avião desembarcava em Londres. A cidade não
estava nublada e era possível vê-la perfeitamente. A temperatura era de
aproximadamente quatorze graus e eu estava apenas com um casaco leve, calça e
sapatilhas, porque suporto mais o frio do que o calor que praticamente inexiste
em Londres. Essa é definitivamente uma das razões porque eu amo essa cidade!
A passagem pela
imigração do aeroporto de Heathrow foi tranquila, com apenas uma pergunta feita
pelo agente imigratório. Nos corredores, vários banners anunciavam a final da Liga dos
Campeões da Europa, a ser realizada no estádio de Wembley, mais uma vez na
capital do país do futebol e louco pelo esporte, mas que não conseguiu
classificar um time para o grande dia, que teria como protagonistas os alemães
do Borussia Dortmund e Bayern Munique que invadiram a cidade.
O próximo passo era pegar
o underground ou tube - tubo em português - apelido dado
ao metrô londrino e que faz jus ao seu formato. Dispensei o serviço de transfer contratado em 2012, que me pegaria no
aeroporto e me levaria ao hotel, porque já estive na cidade, o que me deixou
tranquila para pegar o metrô, além do que a linha que sai diretamente de todos
os cinco terminais de Heathrow, Piccadilly, é a mesma onde está a estação de
metrô colada ao hotel em que me hospedei, sem a necessidade de fazer baldeação,
o que facilita a vida de quem vai utilizar o transporte público, sem contar que
é mais barato e rápido.
Entro no vagão e, ao meu
lado, está um agente do metrô com o cabelo comprido, todo bagunçado e ensebado.
Noto ainda que, no geral, as mulheres saem para trabalhar e passear mesmo com
as unhas por fazer, com esmalte descascado das unhas e seguem livremente. O que
mais admiro nos ingleses e de quem vive em Londres, é o desprendimento em
relação à aparência e à vaidade e, ainda assim, não são alvos de comentários
sobre a roupa que estão vestindo, se a cor do cabelo não é convencional ou se
estão adequadamente trajados para tal função ou ambiente. Em Londres é cada um
na sua, o que é libertador.
A cada estação, o metrô
vai sendo ocupado por mais passageiros e fico pensando como irei desembarcar,
já que estou no meio do corredor apertado, com uma mala e uma mochila. Depois
de cinquenta minutos chego à estação Russel Square e consigo sair do metrô sem
muita dificuldade e sou mais uma a caminhar pelas ruas com uma mala de rodinhas
no meio de tantos rostos árabes, latinos, africanos, orientais, escandinavos e
as inúmeras faces indianas, que devem compor Londres em maior número do que os
próprios londrinos.
A maioria das pessoas
que está nas ruas caminha num passo acelerado que acredito ser característica
das grandes cidades e, como eram quase seis horas da tarde, certamente
desejavam voltar para casa rápido ou emendar o trabalho no pub mais próximo para tomar uma pint - medida de 568 mililitros de
cerveja servida no copo apropriado - ou para assistir a um jogo de futebol.
Estou novamente em
Bloomsbury, bairro em que eu moraria facilmente. É residencial, agradável e
tranquilo para caminhar à noite depois de andar o dia inteiro. Por lá costumo
jantar, seja em pubs,
restaurantes ou cafés. É
repleto de praças além da Russel, de estudantes de todo o mundo, por abrigar campus da University College London, o
British Museum, a British Library e por ter alma literária - Virgina Woolf
morou lá. E por estar próximo à região central, o que facilita a locomoção de
moradores e turistas e ainda oferece um comércio rico para quem mora ou está de
passagem.
Vista do primeiro banco, do segundo andar do busão, rumo a Trafalgar Square. Só que andou sabe! |
Chego ao hotel e o funcionário que me recebe percebe a minha
felicidade. Ele deseja uma boa estadia e diz que Londres é fantástica! Não
tenho dúvidas! Deixo as malas no meu quarto e mesmo tendo ficado onze horas em
um voo, não deixo o cansaço e o sono tomarem conta de mim, pois só quero andar
e andar, mesmo que sejam quase seis horas da tarde e que o dia esteja acabando.
Ledo engano, porque a noite só daria as caras depois das nove horas! Mais uma
grata surpresa londrina no início da minha segunda viagem!
Trafalgar Square |
"O" relógio |
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